sexta-feira, 10 de junho de 2011


Variação Linguistica

I) QUESTÕES OBJETIVAS

GABARITO NO FINAL DAS QUESTÕES

Texto 1

Código Virtual 
A linguagem dos chats não é tão absurda quanto parece, desde que seja usada na hora certa

1



5




10




15




20




25


Para a geração que cresceu em frente ao computador, escrever por códigos é tão natural quanto falar. Abreviações como vc (você) e pq (porque) são usadas dezenas de vezes enquanto os internautas batem papo. As abreviações assustam os puristas do idioma. E até entre os viciados em internet há quem abomine esse linguajar. Um grupo do Fóruns PC’s, uma comunidade de discussão virtual, lançou a campanha “Eu Sei Escrever”, a fim de moralizar a língua portuguesa. A turma tem uma comunidade no Orkut destinada a combater o que ela chama de “analfabetismo virtual”.
Mas para a lingüista Maria do Carmo Fontes, da PUC-SP, a linguagem de internet tem sua razão de ser. “Cada contexto vai permitir a criação de uma nova linguagem”, opina. “Se a idéia é ser mais ágil, é justo que se criem novas palavras e abreviações.” A lingüista chama a atenção para os contextos: “internetês” só serve num chat ou numa mensagem de celular. Até em e-mail deve ser evitado.
“Em uma prova, o professor não está avaliando se você é rápido, mas seu conhecimento daquela matéria e, claro, a norma culta do português”, compara a professora, que já pegou diversas vezes alunos escrevendo “mais” no lugar de “mas” de tanto usar o símbolo + nas conversas virtuais.
Alguns jovens sabem quando usar cada linguagem. A estudante Mariana Carvalho de Oliveira Rodrigues, de 15 anos, toma cuidado para usar a norma culta até mesmo quando envia e-mail a sua mãe. As abreviações são usadas apenas nos sites de bate-papo e no celular. “Em e-mail para professores, o máximo que deixo escapar é um ‘vc’ ”, explica Mariana.
Marcelo Bergonzoni, de 19 anos, aluno de Publicidade, fica até cinco horas na frente do computador por dia. Ele faz trabalhos da faculdade, ouve música, checa o que está passando na TV e conversa com os amigos – tudo ao mesmo tempo. E ainda assim garante que não troca as bolas: escreve os textos acadêmicos perfeitamente enquanto bate papo com os colegas pelo Messenger. “Mas eu já vi, mais de uma vez, colega entregando trabalho com esse vocabulário de chat”, conta.
Para o professor de Português do Sistema Anglo de Ensino Eduardo Antônio Lopes, o temor em torno do internetês é um exagero. Em vez de inimigo, ele pode se tornar um aliado em sala de aula. “É uma oportunidade a mais que o professor tem para trabalhar a linguagem em sala de aula.” Sakw? (Ou melhor, sacou?).
Época. São Paulo. Editora.Globo, nº 383, p.72, 19 de setembro de 2005


QUESTÃO 01 (Descritor: identificar informações no texto)

Assunto: A língua(gem) como interação

Assinale a alternativa INCORRETA a respeito do texto:

a)   A linguagem de códigos se popularizou com o acesso dos jovens à internet.
b)   O internetês é abominado tanto pelos puristas como pelos viciados em internet.
c)   O combate ao “analfabetismo virtual” é defendido por algumas pessoas.
d)   As opiniões são divergentes em relação à linguagem usada na internet.

QUESTÃO 02 (Descritor: fazer inferências a partir do texto)

Assunto: A língua(gem) como interação.

A respeito do que o texto afirma sobre variações lingüísticas, é INCORRETO  afirmar que:

a)   A linguagem da internet é aceitável dependendo da situação de uso.
b)   O aluno deverá usar adequadamente a norma padrão ao fazer uma prova.
c)   Os jovens, quando conscientes, sabem fazer uso adequado do internetês.
d)   O uso do idioma da internet revela que a pessoa desaprendeu o português.


QUESTÃO 03 (Descritor: inferir o  valor semântico do prefixo)

Assunto: De quantas línguas se faz uma língua?

Observe:

“A turma tem uma comunidade no Orkut destinada a combater o que ela chama de “analfabetismo virtual”.

O prefixo  grego destacado no vocábulo analfabetismo NÃO encontra correspondência semântica em:

a)   ateu;
b)   intocável;
c)   inteligível;
d)   desacreditar.


QUESTÃO 04 (Descritor: estabelecer a correspondência semântica entre prefixos latinos e gregos)

Assunto: De quantas línguas se faz uma língua?

Em: “A lingüista chama a atenção para os contextos...”, o prefixo latino con, em contextos, NÃO  corresponde ao prefixo grego sin em:

a)   sinteco;
b)   sintaxe;
c)   sinestesia;
d)   simbiose.

QUESTÃO 05 (Descritor: fazer inferências a partir do texto)

Assunto: A língua(gem) como interação

Os novos gêneros textuais, surgidos com a mídia eletrônica, como chats e  e-mails, apresentam características próximas da modalidade oral. Marque a alternativa INADEQUADA a respeito da linguagem desses novos gêneros textuais:


a)   As abreviações decorrem da urgência do contexto comunicativo.
b)   O emprego de gírias reforça a integração do indivíduo no grupo.
c)   Os códigos usados revelam grande capacidade criadora dos usuários.
d)   A popularização do internetês ocasionou o fraco desempenho dos alunos.
                                                                                            

As questões de 06 a 12 referem-se ao texto.

TEXTO

Mudança e Variação Lingüística


           Os estudos sobre variação lingüística registram pelo menos seis dimensões de variação dialetal: a territorial, a social, a de idade, a de sexo, a de geração e a de função. Nem todos os processos de variação culminam efetivamente em um caso de mudança na língua, mas, muitas vezes, a ocorrência de duas formas coexistentes acaba sendo substituída por apenas uma , caracterizando assim um caso de mudança na língua.

          Os dialetos na dimensão territorial, geográfica ou regional representam a variação que acontece entre pessoas de diferentes regiões em que se fala a mesma língua. Essa variação normalmente acontece pelas influências que cada região sofreu durante a sua formação ou porque os falantes de uma dada região constituem uma comunidade lingüística geograficamente limitada em função de estarem polarizados em termos políticos e/ou econômicos e/ou culturais, e desenvolverem então um comportamento lingüístico comum que os identifica e distingue. É o caso da diferença entre o Português do Brasil e o de Portugal e o dos países africanos de Língua Portuguesa. Incluem-se nesse caso também diferentes falares que encontramos no Brasil como os falares gaúcho, nordestino, carioca, o chamado dialeto caipira, etc.

            Evidentemente, não existem limites claros e precisos entre os diferentes dialetos regionais. Na verdade, estabelecem-se limites de acordo com determinadas conveniências. É o que mostram os estudos de Atlas Dialetais em que não se encontram linhas precisas de demarcação de dialetos, mas apenas certas áreas de maior concentração de um determinado conjunto de características.

             Assim, é difícil dizer onde acaba o dialeto nordestino e começa o caipira, ou o carioca, e a distinção do falar gaúcho, se é nítida em relação ao nordestino, não é tão nítida em relação ao modo característico de usar a língua no Paraná e Santa Catarina.

            Os dialetos na dimensão social representam as variações que ocorrem de acordo com a classe social a que pertencem os usuários da língua, isso porque há uma “tendência para maior semelhança entre os atos verbais dos membros de um mesmo setor sócio-cultural da comunidade” (Camacho, 1988:32), geralmente com relações bastante estreitas e interesses comuns. É por isso que se consideram como variedades dialetais de natureza social os jargões profissionais ou de determinadas classes sociais bem definidas como grupos (linguagem dos artistas, professores, médicos, mecânicos, estivadores, dos marginais, classe social alta, favelados, etc.). A gíria, definida como forma de utilização particular da língua por um grupo social, o qual se identifica por esse uso da língua e se protege do entendimento por outros grupos, pode também ser considerada como uma forma de dialeto social.

            Os dialetos na dimensão de idade representam as variações decorrentes da diferença no modo de usar a  língua de pessoas de idades diferentes, normalmente em faixas etárias diversas: crianças, jovens, adultos e idosos ou outras que se julguem pertinentes estabelecer de acordo com o objetivo de observação. Durante a vida, a pessoa passa de um grupo para outro, adotando as formas de um determinado grupo e abandonando as do outro.

             Os dialetos de sexo representam as variações de acordo com o sexo de quem fala. Algumas diferenças são determinadas por razões gramaticais, como certos fatos de concordância, assim, por exemplo, um homem não diria a frase “A gente está preocupada com as eleições presidenciais” . Mas há diferenças mais sutis no que diz respeito ao uso do léxico e de certas construções, o que provavelmente seja determinado por restrições sociais quanto à imagem que se faz do comportamento apropriado para homens e mulheres inclusive em termos de comportamento verbal. Assim, se espera que homens digam frases como “ Cara, preciso te contar o que aconteceu na festa ontem.” / “ Comprei uma camisa transada.” Enquanto o que se espera das mulheres é exatamente o contrário: “Querido, preciso te contar o que aconteceu na festa ontem.” / “Comprei uma blusinha linda!”

             Os dialetos, na dimensão da geração, representam estágios no desenvolvimento da língua. Alguns estudiosos preferem falar de variação histórica, que evita possíveis confusões com idade que o termo geração pode ocasionar. As variantes históricas dificilmente coexistem e são mais percebidas na língua escrita, por causa do registro, que as faz permanecer no tempo. Com os modernos meios de registro do oral é possível que no futuro se possam observar e analisar diferenças históricas também na variação do oral.

           Assim, nem todos os casos de dialetos são significativos o suficiente para alterar ou mudar o idioma, mas os movimentos lingüísticos que suscitam podem, associados às necessidades dos falantes, se configurarem em mudança. 
(SARMENTO, Flávia. In: Revista da Linguagem, 2004)


QUESTÃO 06 (Descritor: identificar idéia central dentro de um texto.)


Assunto: Procedimentos de leitura.

O OBJETIVO CENTRAL do texto é:

A)    descrever as possibilidades de mudança de uma língua a partir das suas variações.
B)    apresentar as possibilidades de variação de uma língua e discutir suas implicações na atualidade.
C)    discutir os prejuízos que as variações geram para uma língua em função da instabilidade causada ao idioma.
D)    demonstrar que nem toda variação culmina em mudança lingüística, mas que alguns processos são significativos o suficiente para mudar a língua.

QUESTÃO 07 (Descritor:: depreender de uma afirmação explícita outra afirmação implícita.)


Assunto: Procedimentos de leitura.

A partir da leitura do texto, é CORRETO afirmar que:

A)    homens e mulheres apresentam distinções na fala que vão desde o vocabulário até a estruturação de determinadas concordâncias.
B)    as línguas apresentam variações de vários tipos, mas nenhum é capaz de mudar o idioma.
C)    as mudanças lingüísticas, normalmente, ocorrem em função exclusivamente de variações dialetais.
D)    existem na língua apenas diferenças condicionadas por fatores regionais e/ou sociais.


QUESTÃO 08 (Descritor: depreender de uma afirmação explícita outra afirmação implícita.)


Assunto: Procedimentos de leitura.

NÃO se pode dizer, de acordo com o texto, que:

A)    as variações históricas são mais analisadas a partir da linguagem oral.
B)    entre o Brasil e Portugal, existe uma variação dialetal.
C)    nem todas as variações lingüísticas culminam em mudança na língua.
D)    as variações de idade se dão em função das diferenças no uso da língua a partir da idade.

 

QUESTÃO 09 (Descritor: reconhecer uso de recursos argumentativos na construção de um texto.)


Assunto: Progressão temática e organização argumentativa.

Todas as estratégias argumentativas foram utilizadas pelo produtor do texto, EXCETO:

A)    enumeração.
B)    analogia.
C)    citação textual.
D)    exemplificação.


QUESTÃO 10 (Descritor: depreender de uma afirmação explícita outra afirmação implícita.)


Assunto: Procedimentos de leitura.

Sobre a variação de sexo, pode-se dizer, de acordo com o texto, que ela está intimamente RELACIONADA:

A)    à maneira distinta de ver o idioma.
B)    à expectativa em torno de um determinado comportamento sociolingüístico.
C)    à forma como as mulheres falam, que não é compatível com o sexo masculino.
D)    ao modo como as escolas ensinam a língua para homens e mulheres.


QUESTÃO 11 (Descritor: reconhecer os recursos lingüísticos de coesão por referência: repetição, substituição lexical.)

 

Assunto: Coesão e coerência no processamento do texto.

Observe a frase abaixo:

“A gíria, definida como forma de utilização particular da língua por um grupo social, o qual se identifica por esse uso da língua e se protege do entendimento por outros grupos, pode também ser considerada como uma forma de dialeto social.”

O termo destacado RETOMA, no contexto, o seguinte vocábulo:

A)    grupo social.
B)    gíria.
C)    utilização particular.
D)    língua.

QUESTÃO 12 (Descritor: reconhecer a carga ideológica, os recursos lingüísticos/discursivos e os usados na produção dos efeitos argumentativos.)

Assunto: Coerência e coesão no processo de construção do texto.

Em todas as alternativas, a relação apresentada entre parênteses corresponde à idéia estabelecida pelo elemento coesivo destacado, EXCETO

A)    Assim, nem todos os casos de dialetos são significativos o suficiente para alterar ou mudar o idioma...” (conclusão)
B)    Enquanto o que se espera das mulheres é exatamente o contrário...” (tempo)
C)    “Nem todos os processos de variação culminam efetivamente em um caso de mudança na língua, mas, muitas vezes, a ocorrência de duas formas coexistentes acaba sendo substituída por apenas uma.” (oposição)
D)    “Incluem-se nesse caso também diferentes falares que encontramos no Brasil como os falares gaúcho, nordestino, carioca, o chamado dialeto caipira, etc.” (comparação)


As questões de 13 a 19 referem-se ao texto

TEXTO

Mudança e Variação Lingüística


           Os estudos sobre variação lingüística registram pelo menos seis dimensões de variação dialetal: a territorial, a social, a de idade, a de sexo, a de geração e a de função. Nem todos os processos de variação culminam efetivamente em um caso de mudança na língua, mas, muitas vezes, a ocorrência de duas formas coexistentes acaba sendo substituída por apenas uma , caracterizando assim um caso de mudança na língua.

          Os dialetos na dimensão territorial, geográfica ou regional representam a variação que acontece entre pessoas de diferentes regiões em que se fala a mesma língua. Essa variação normalmente acontece pelas influências que cada região sofreu durante a sua formação ou porque os falantes de uma dada região constituem uma comunidade lingüística geograficamente limitada em função de estarem polarizados em termos políticos e/ou econômicos e/ou culturais, e desenvolverem então um comportamento lingüístico comum que os identifica e distingue. É o caso da diferença entre o Português do Brasil e o de Portugal e o dos países africanos de Língua Portuguesa. Incluem-se nesse caso também diferentes falares que encontramos no Brasil como os falares gaúcho, nordestino, carioca, o chamado dialeto caipira, etc.

            Evidentemente, não existem limites claros e precisos entre os diferentes dialetos regionais. Na verdade, estabelecem-se limites de acordo com determinadas conveniências. É o que mostram os estudos de Atlas Dialetais em que não se encontram linhas precisas de demarcação de dialetos, mas apenas certas áreas de maior concentração de um determinado conjunto de características.

             Assim, é difícil dizer onde acaba o dialeto nordestino e começa o caipira, ou o carioca, e a distinção do falar gaúcho, se é nítida em relação ao nordestino, não é tão nítida em relação ao modo característico de usar a língua no Paraná e Santa Catarina.

            Os dialetos na dimensão social representam as variações que ocorrem de acordo com a classe social a que pertencem os usuários da língua, isso porque há uma “tendência para maior semelhança entre os atos verbais dos membros de um mesmo setor sócio-cultural da comunidade” (Camacho, 1988:32), geralmente com relações bastante estreitas e interesses comuns. É por isso que se consideram como variedades dialetais de natureza social os jargões profissionais ou de determinadas classes sociais bem definidas como grupos (linguagem dos artistas, professores, médicos, mecânicos, estivadores, dos marginais, classe social alta, favelados, etc.). A gíria, definida como forma de utilização particular da língua por um grupo social, o qual se identifica por esse uso da língua e se protege do entendimento por outros grupos, pode também ser considerada como uma forma de dialeto social.

            Os dialetos na dimensão de idade representam as variações decorrentes da diferença no modo de usar a  língua de pessoas de idades diferentes, normalmente em faixas etárias diversas: crianças, jovens, adultos e idosos ou outras que se julguem pertinentes estabelecer de acordo com o objetivo de observação. Durante a vida, a pessoa passa de um grupo para outro, adotando as formas de um determinado grupo e abandonando as do outro.

             Os dialetos de sexo representam as variações de acordo com o sexo de quem fala. Algumas diferenças são determinadas por razões gramaticais, como certos fatos de concordância, assim, por exemplo, um homem não diria a frase “A gente está preocupada com as eleições presidenciais”  Mas há diferenças mais sutis no que diz respeito ao uso do léxico e de certas construções, o que provavelmente seja determinado por restrições sociais quanto à imagem que se faz do comportamento apropriado para homens e mulheres inclusive em termos de comportamento verbal. Assim, se espera que homens digam frases como “ Cara, preciso te contar o que aconteceu na festa ontem.” / “ Comprei uma camisa transada.” Enquanto o que se espera das mulheres é exatamente o contrário: “Querido, preciso te contar o que aconteceu na festa ontem.” / “Comprei uma blusinha linda!”

             Os dialetos, na dimensão da geração, representam estágios no desenvolvimento da língua. Alguns estudiosos preferem falar de variação histórica, que evita possíveis confusões com idade que o termo geração pode ocasionar. As variantes históricas dificilmente coexistem e são mais percebidas na língua escrita, por causa do registro, que as faz permanecer no tempo. Com os modernos meios de registro do oral é possível que no futuro se possam observar e analisar diferenças históricas também na variação do oral.

           Assim, nem todos os casos de dialetos são significativos o suficiente para alterar ou mudar o idioma, mas os movimentos lingüísticos que suscitam podem, associados às necessidades dos falantes, se configurarem em mudança. 
(SARMENTO, Flávia. In: Revista da Linguagem, 2004)

QUESTÃO 13 (Descritor: identificar idéia central dentro de um texto.)


Assunto: Procedimentos de leitura.

O OBJETIVO CENTRAL do texto é:

A) descrever as possibilidades de mudança de uma língua a partir das suas variações.
B) apresentar as possibilidades de variação de uma língua e discutir suas implicações na atualidade.
C) discutir os prejuízos que as variações geram para uma língua em função da instabilidade causada ao idioma.
D) demonstrar que nem toda variação culmina em mudança lingüística, mas que alguns processos são significativos o suficiente para mudar a língua.

QUESTÃO 14 (Descritor:: depreender de uma afirmação explícita outra afirmação implícita.)


Assunto: Procedimentos de leitura.

A partir da leitura do texto, é CORRETO afirmar que:

A)    homens e mulheres apresentam distinções na fala que vão desde o vocabulário até a estruturação de determinadas concordâncias.
B)    as línguas apresentam variações de vários tipos, mas nenhum é capaz de mudar o idioma.
C)    as mudanças lingüísticas, normalmente, ocorrem em função exclusivamente de variações dialetais.
D)    existem na língua apenas diferenças condicionadas por fatores regionais e/ou sociais.


QUESTÃO 15 (Descritor: depreender de uma afirmação explícita outra afirmação implícita.)


Assunto: Procedimentos de leitura.

NÃO se pode dizer, de acordo com o texto, que:

A)    as variações históricas são mais analisadas a partir da linguagem oral.
B)    entre o Brasil e Portugal, existe uma variação dialetal.
C)    nem todas as variações lingüísticas culminam em mudança na língua.
D)    as variações de idade se dão em função das diferenças no uso da língua a partir da idade.

QUESTÃO 16 (Descritor: reconhecer uso de recursos argumentativos na construção de um texto.)


Assunto: Progressão temática e organização argumentativa.

Todas as estratégias argumentativas foram utilizadas pelo produtor do texto, EXCETO:

A)    enumeração.
B)    analogia.
C)    citação textual.
D)    exemplificação.


QUESTÃO 17 (Descritor: depreender de uma afirmação explícita outra afirmação implícita.)


Assunto: Procedimentos de leitura.

Sobre a variação de sexo, pode-se dizer, de acordo com o texto, que ela está intimamente RELACIONADA:

A)    à maneira distinta de ver o idioma.
B)    à expectativa em torno de um determinado comportamento sociolingüístico.
C)    à forma como as mulheres falam, que não é compatível com o sexo masculino.
D)    ao modo como as escolas ensinam a língua para homens e mulheres.


QUESTÃO 18 (Descritor: reconhecer os recursos lingüísticos de coesão por referência: repetição, substituição lexical.)

 

Assunto: Coesão e coerência no processamento do texto.

Observe a frase abaixo:

“A gíria, definida como forma de utilização particular da língua por um grupo social, o qual se identifica por esse uso da língua e se protege do entendimento por outros grupos, pode também ser considerada como uma forma de dialeto social.”

O termo destacado RETOMA, no contexto, o seguinte vocábulo:

A)    grupo social.
B)    gíria.
C)    utilização particular.
D)    língua.

QUESTÃO 19 (Descritor: reconhecer a carga ideológica, os recursos lingüísticos/discursivos e os usados na produção dos efeitos argumentativos.)

Assunto: Coerência e coesão no processo de construção do texto.
Em todas as alternativas, a relação apresentada entre parênteses corresponde à idéia estabelecida pelo elemento coesivo destacado, EXCETO

A)    Assim, nem todos os casos de dialetos são significativos o suficiente para alterar ou mudar o idioma...” (conclusão)
B)    Enquanto o que se espera das mulheres é exatamente o contrário...” (tempo)
C)    “Nem todos os processos de variação culminam efetivamente em um caso de mudança na língua, mas, muitas vezes, a ocorrência de duas formas coexistentes acaba sendo substituída por apenas uma.” (oposição)
D)    “Incluem-se nesse caso também diferentes falares que encontramos no Brasil como os falares gaúcho, nordestino, carioca, o chamado dialeto caipira, etc.” (comparação)


As questões 20 e 21 referem-se ao texto III.

TEXTO III

 (Veja, 23 de agosto de 2006.)


QUESTÃO 20 (Descritor: depreender de uma afirmação explícita outra afirmação implícita.)

Assunto: Características do suporte e/ou enunciador na construção de valores e sentidos.

No texto de Millôr Fernandes há diversos locutores. Lendo atentamente as considerações de cada locutor, é CORRETO o que se afirma em:

A)    Os posicionamentos apresentados em IX e X, embora sejam aparentemente contrários, se aproximam pela relação entre canalhice e patriotismo.
B)    Em VII, o locutor defende o patriotismo com embasamento legal, deixando claro que os cidadãos devem ser patriotas por imposição judicial se for o caso.
C)    Em V, revela-se a relação existente entre poder e patriotismo, própria das nações mais desenvolvidas.
D)    Em I, pode-se perceber que a justiça divina se relaciona ao patriotismo, uma vez que é capaz  de determiná-lo.


QUESTÃO 21 (Descritor: depreender de uma afirmação explícita outra afirmação implícita.)

Assunto: Procedimentos de leitura.

Releia a conclusão final do texto de Millôr Fernandes.


“O amor à nossa estremecida Pátria deve ser ensinado desde o berço, ou o garoto, assim que cresce um pouquinho, vai morar noutro país.”


Todas as críticas abaixo podem ser inferidas da conclusão apresentada, EXCETO:

A)    o brasileiro é pouco nacionalista.
B)    existe um certo ceticismo por parte dos brasileiros em relação ao país.
C)    há uma valorização xenófoba de outras culturas por parte dos brasileiros.
D)    a migração de brasileiros para outras nações é considerável.


As questões de 22 a 24 referem-se ao texto VIII.

TEXTO VIII

Mãos dadas


Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos, mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,

não fugirei para as ilhas, nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.
Carlos Drummond de Andrade

QUESTÃO 22 (Descritor: interpretar, em um texto literário, o discurso articulado pelo eu-poético.)

Assunto: Procedimentos de leitura.

O título do poema sugere:

A)    companheirismo.
B)    prosperidade.
C)    ceticismo.
D)    individualismo.


QUESTÃO 23 (Descritor: depreender de uma expressão figurada um sentido denotativo a partir de um texto literário.)

Assunto: Relação entre recursos expressivos e efeitos de sentido.

De acordo com o texto, para o eu-poético, o presente é:

A)    dispensável, pois depende do passado.
B)    misterioso, porque ninguém sabe precisá-lo.
C)    um compromisso com o homem de seu tempo.
D)    importante apenas para se planejar o futuro.  



QUESTÃO 24 (Descritor: depreender de um texto literário uma crítica social relacionada ao texto e/ou ao contexto de produção.)

Assunto: O texto como objeto socialmente construído.

O eu-poético mostra-se engajado em todos os versos, EXCETO:

A)    “Estou preso à vida e olho meus companheiros.”
B)    “Entre eles, considero a enorme realidade.”
C)    “O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,”
D)    “Não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,”


II) QUESTÕES ABERTAS

QUESTÃO 25 (Descritor: analisar o efeito de sentido conseqüente de uma transgressão intencional ou involuntária aos padrões ortográficos ou morfossintáticos da modalidade escrita)

Assunto: Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido.

Compare os dois enunciados a seguir:

I - É uma questão de tempo que passa..
II - É uma questão do tempo, que passa..

Considerando o contexto da fala da personagem, a opção II é mais adequada. Redija um pequeno parágrafo, explicando por quê.

Questão 26 (Descritor: reconhecer níveis de registro – formal e informal)

Assunto: Variação lingüística


Reescreva as duas frases que compõem o slogan do anúncio, substituindo as expressões "só dá bola dentro" e "parar de dar chutão" por outras equivalentes em linguagem culta formal.


Questão 27 (Descritor: relacionar informações oferecidas por figura, foto, gráfico ou tabela com as constantes no corpo de um texto)

Assunto: Procedimentos de leitura.

Escreva um pequeno texto relacionando as duas frases que compõem o slogan, a imagem usada e o sentido geral do anúncio.

 


Questão 28 (Descritor: avaliar a força argumentativa com a finalidade do texto ou em função do interlocutor)

Assunto: Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na compreensão do texto.

 

Escreva um pequeno texto, expressando qual é a finalidade do anúncio e o principal argumento usado para a realização dessa finalidade.



Questão 29 (Descritor: relacionar uma informação identificada no texto com outras pressupostas pelo contexto)

Assunto: Procedimentos de leitura.

Releia, com atenção, a passagem a seguir:

“A Fundação Gol de Letra não é uma escola de futebol, mas ensina a driblar os problemas da vida.”

Que problemas são esses, a que a passagem se refere? Justifique sua resposta.


Questão 30 (Descritor: analisar o efeito de sentido conseqüente do uso de pontuação expressiva – interrogação, exclamação, reticências, aspas).

Assunto: Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido.

Releia, com atenção, a seguinte passagem:

“... aprendem arte, dança, música, informática, leitura, praticam esporte e, o mais importante, encontram o caminho da cidadania.”

A colocação do termo “o mais importante” entre vírgulas tem uma função muito importante. Que função é essa?


Questão 31 (Descritor: estabelecer, na construção de sentido do texto, articulações entre termos pertencentes a uma família lexical ou de um mesmo campo semântico)

Assunto: Procedimentos de leitura.

O anúncio da Fundação Gol de Letra utiliza várias palavras e/ou expressões que pertencem originalmente ao mundo do futebol. Que expressões são essas?
TEXTO


Folha de São Paulo. Junho 2006.


QUESTÃO 32 (Descritor: reconhecer, em um texto dado, marcas típicas da modalidade oral)

Assunto: Variação lingüística


Retire do texto dois exemplos típicos de gírias e indique os seus correspondentes na linguagem formal.


Questão 33 (Descritor: depreender de uma informação explícita outra informação implícita no texto)

Assunto: Procedimentos de leitura

Releia, com atenção, a frase final da tirinha.

A maneira como o personagem entendeu o comentário da “mina” corresponde à idéia que ela faz do livro? Justifique sua resposta.


Questão 34 (Descritor: analisar o efeito de sentido conseqüente do uso de pontuação expressiva: interrogação, exclamação, reticências, aspas)

Assunto: Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido

Releia, com atenção, a frase final da tirinha:

“Por acaso, você está tentando me seduzir!”

Observe que foi usado o sinal de exclamação (!) ao final da frase. O mais adequado e coerente, entretanto, seria usar a interrogação. Por quê?



TEXTO
Carta de Fernanda Young

Aos Navegadores:

Para vocês, que são como eu, a partir da língua – e a nossa língua é tudo, pois somos o que somos traduzidos nela –, faço um pedido: não desistam.
Não sucumbam, por favor, diante do sutil terrorismo que sofremos, toda a nação, nascida e criada sem pai nem respeito; todos tentados a crer que não prestamos e que merecemos esse mar de mentiras e roubalheiras que nos cerca.
Não aceitem, eu peço, nem se sintam coitados, porque não somos. (...) Debocharam de todos os fatos, reverteram todas as ordens e nos fizeram acreditar que descendemos de um povo burro, treinando-nos com essas burras piadas lusitanas até que as repetíssemos sem pensar. Sem perceber que, assim, minamos a nossa auto-estima, eliminando num riso bobo qualquer chance de darmos voz às nossas dúvidas e fim à nossas dívidas.
Navegadores, portanto, somos nós, alguns muitos brasileiros, que conseguimos herdar alguma coragem, suficiente para ter um sonho. E que, com a disciplina possível, estamos alcançando parte dele. Como uma terra nunca visitada, onde enfim descobrimos quem inicialmente somos. (...)
Eu, eternamente uma navegadora de primeira viagem, pelo menos aprendi que navegar é o que resta e continuo pagando mensalmente todos os milhares de impostos que sempre paguei. Porque preciso da honestidade para exigir honestidade. E da liberdade para seguir na luta. (...)
Gostaria que me dissessem para onde vai tudo isso que entrego, enorme pedaço daquilo que ganho com o meu trabalho. Roubam, eu sei, mas será que não sobra nada? Para evitar que as cidades virem o caos que viraram? Que menores só encontrem respeito no crime? (...)
Beleza – é o que os estrangeiros dizem encontrar em nossa terra. Beleza que, no momento, não consigo ver. Por isso, sigo navegando. E peço aos amigos que não esmoreçam, atualizando nosso velho lema: navegar é preciso, viver nem tanto.

Cláudia. Março 2006, p. 30.


Questão 35 (Descritor: correlacionar, em um texto, termos, expressões ou idéias que tenham o mesmo referente)

Assunto: Coerência e coesão no processamento do texto

Ao usar o substantivo “navegadores” e o pronome “vocês”, a autora está se referindo a quem? Justifique sua resposta com base em duas passagens do texto.


Questão 36 (Descritor: analisar o efeito de sentido conseqüente do uso de linguagem figurada: metáfora, hipérbole, eufemismo, repetição, gradação)

Assunto: Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido

Na carta de Fernanda Young, o sentido de “navegar” é, evidentemente, figurado. Produza um pequeno parágrafo, EXPLICANDO o que ela quer dizer, por exemplo, com “... navegar é o que resta...”

Questão 37 (Descritor: analisar o efeito de sentido conseqüente do uso de linguagem figurada: metáfora, hipérbole, eufemismo, repetição, gradação)

Assunto: Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido

Releia, com atenção, a passagem a seguir:

“Eu, eternamente uma navegadora de primeira viagem...”

Ao caracterizar-se como “eternamente navegadora de primeira viagem”, a autora parece cometer um erro. Afinal, não é possível a alguém ser “eternamente” inexperiente em um mesmo assunto. Tal erro, porém, é apenas aparente. Ele não existe de fato, pois a autora tem uma intenção muito bem definida nessa passagem. Que intenção é essa?


QUESTÃO 38 (Descritor: identificar o tema / tópico central de um texto)

Assunto: Procedimentos de leitura

Qual é o tema central da carta de Fernanda Young?




TEXTO

 

FUTEBOL. ISCANTEIO, FAL. PÊNAL


Repito (sem nada contra): ”O futebol é a única atividade que transfere a inteligência da cabeça pros pés”.
Por isso senti (será que só eu?) o enorme ridículo quando o governo federal lançou aquela gigantesca propaganda de divulgação do livro. Naturalmente a propaganda pretendia ser popular e usava para divulgar livros...jogadores de futebol. Rapaziada que nem sabia como se segurava um livro, se com uma mão só, se com as duas. E o último a apresentar o livro era – pô, vocês nunca acreditam em mim! – o Zagalo!

FERNANDES, Millôr. Veja, 25 junho 2006, p. 25 (fragmento)


Questão 39 (Descritor: estabelecer, na construção de sentido do texto, articulações entre termos pertencentes a uma família lexical ou de um mesmo campo semântico)

Assunto: Procedimentos de leitura


Releia, com atenção, a passagem seguir:

“O futebol é a única atividade que transfere a inteligência da cabeça pros pés.”

Empregada em outro contexto, a frase acima poderia se converter em um elogio. Produza um pequeno texto, COMPROVANDO essa afirmativa.


Questão 40 (Descritor: analisar o efeito de sentido conseqüente do uso de uma transgressão intencional ou involuntária aos padrões ortográficos ou morfossintáticos da modalidade escrita)

Assunto: Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido

Observe a palavra “ISCANTEIO”. Como você sabe, a grafia correta do termo é “ESCANTEIO”. O uso incorreto, podemos afirmar, foi uma escolha consciente do autor. Considerando o contexto em que foi usada, o que justificaria essa escolha?


Questão 41 (Descritor: utilizar informações oferecidas por um verbete de dicionário e/ou de enciclopédia na compreensão ou interpretação de um texto)

Assunto: Procedimentos de leitura

Leia, com atenção, os verbetes a seguir:

escanteio. [Dev. de escantear] S.m. Bras. Tut. V. córner. Chutar para escanteio. Chutar para córner.

córner. [Do ingl. córner] S.m. Infração que consiste na saída da bola pela linha de fundo, tocada por um jogador que defende, escanteio, esquinado, tiro de canto.

falta. Transgressão das regras de um jogo, infração.

pênalti. [Do ingl. Penalty, “penalidade”] S.m. 1. Falta máxima, dentro da grande área cometida por jogador que defende, e que é punida por um tiro direto, sem barreira.

NOVO DICIONÁRIO AURÉLIO DA LÍNGUA PORTUGUESA. Nova Fronteira. 2ª ed.

Observe que todos os verbetes acima se relacionam à idéia de “infração” (desrespeito a alguma regra). Com base nessas informações, produza um pequeno texto, EXPLICANDO a relação entre a escolha dessas palavras para o título e o conteúdo do texto.



Questão 42 (Descritor: analisar o efeito de sentido conseqüente do uso de pontuação expressiva – interrogação, exclamação, reticências, aspas)

 

Assunto: Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido

Releia, com atenção, as passagens a seguir:

“Naturalmente a propaganda pretendia ser popular e usava para divulgar livros...jogadores de futebol.”

“E o último a apresentar o livro era – pô, vocês nunca acreditam em mim! – o Zagalo!”

O uso das reticências (“divulgar livros...jogadores de futebol”) e da exclamação (“– o Zagalo!”) tem uma função semelhante. Que função é essa?

 



Texto

Bom não é malvado

Causos de Rolando Boldrin

O viajante chegou numa cidade e perguntou o que tinha pra se fazer ali, pra móde distrair um pouquinho. Logo lhe disseram que havia lá no arrabalde da cidade uma rinha de galo. Lugar onde colocam os coitadinhos para brigar.
Era a vez de um galo branco muito bonito, de crista vermelha, e de um galo preto, também muito bonito. Galos com esporas afiadas com lima. Coisa de gente ruim mesmo, pois onde já se viu afiar as esporas pra um deles sair prontinho pra ir pra panela do bar mais próximo?
Mas vamos ao causo.
Viajante (para um apostador) – Moço? Eu também queria fazer uma fezinha, só que não conheço a qualidade dos galos que vão brigar. Qual é o bom, hem?
Apostador (respondendo sem olhar para o viajante) – O bom é o galo branco.
O viajante, sem pestanejar, lascou uns 500 mil réis no galo branco.
Começou a briga e foi aquela loucura. Esporada pra cá, pra lá, que era um deus-nos-acuda. Voava sangue. E o pior é que voava sangue do galo branco, que não deu pro cheiro. O galo preto tinha levado a melhor. E quem tinha mesmo levado a pior era o nosso viajante, que perdeu aí uns bons trocados.
Viajante (para o apostador) – Ô moço, o senhor não disse que o bom era o galo branco? Eu acabo de perder 500 por sua causa.
Apostador (na maior cara-de-pau de interiorano) – O bom era o branco, mesmo. Porque o preto... o preto é o marrrvado, sô! (E ainda ri.)
(Brasil - Almanaque de Cultura Popular – março – 2006, pág. 32)


Questão 43 (Descritor: inferir o sentido de uma palavra ou de uma expressão considerando o contexto e/ou universo temático e/ou estrutura morfológica da palavra)

Assunto: Procedimentos de leitura.

 

“Bom não é malvado”

Houve uma confusão com o significado da palavra “bom” no texto. Há duas interpretações possíveis. Explique-as.


QUESTÃO 44 (Descritor: depreender de uma informação explícita outra afirmação implícita no texto)

Assunto: Procedimentos de leitura.

Você acredita que o homem que deu a dica ao viajante o fez equivocadamente, por não entender a pergunta, ou o fez por astúcia? Comente.


QUESTÃO 45 (Descritor: reconhecer, em um texto dado, marcas típicas da modalidade oral)

Assunto: Variação lingüística


Identifique, no texto, marcas do uso coloquial da língua e justifique por que esse é aceito nesse texto.


Questão 46 (Descritor: reconhecer níveis de registro – formal e informal)

Assunto: Variação lingüística


Explique, no contexto, as seguintes expressões:

a)     “fazer uma fezinha”
b)    “rinha de galo”

 
a)     “cara-de-pau”


Questão 47 (Descritor: relacionar informações identificadas no texto com outras pressupostas pelo contexto.)

Assunto: Procedimentos de leitura.

A imagem do homem do interior é sempre a de uma pessoa inocente, boba, vista assim pelas pessoas das cidades grandes, ou pelos viajantes, conhecedores do mundo. Pode-se afirmar que isso se confirma nessa história? Justifique com elementos no texto.

 


Texto

Brasil - Almanaque de Cultura Popular – Abril - 2005




Questão 48 (Descritor: relacionar informações oferecidas por figura, foto, gráfico e/ou tabela com as constantes no corpo de um texto)

Assunto: Procedimentos de leitura.

 

Nós nos comunicamos por textos orais e escritos e um conjunto de palavras ou frases mal organizadas, pode não transmitir a mensagem pretendida pelo locutor. Num pequeno parágrafo, explique o que ocorreu na charge.



Questão 49 (Descritor: relacionar, em um texto, assunto e finalidade com o tipo de texto)

Assunto: Procedimentos de leitura.

Crie um texto para que a mensagem seja entendida conforme a intenção comunicativa do locutor.


Questão 50(Descritor: inferir o sentido de uma palavra ou de uma expressão considerando o contexto e/ou universo temático e/ou estrutura morfológica da palavra).

Assunto: Procedimentos de leitura.

Crie a sua definição para a palavra “corrimão” com base no objeto já existente.


Texto

Seção “O Brasil em Abril”

18 – Dia Nacional do Livro

Lobato escreveu para quem?
Para quem quer manter o viço quando crescer


Narizinho é a dona da boneca, mas quem comanda a brincadeira é Emília. A geniosa criaturinha de pano defende suas idéias com vigor surpreendente para o frágil recheio de macela.
Já o Visconde de Sabugosa, intelectual, ávido leitor e fonte de sábias informações, é um vulnerável sabugo de milho.
Misto de dois personagens, Monteiro Lobato fez da literatura infantil algo mais que distração para os pequenos. Dono de idéias nacionalistas, como a defesa da exploração do petróleo, criou personagens elaborados, em livros com ilustrações atraentes. Dezessete no total. O primeiro, A Menina do Nariz Arrebitado, foi lançado em 1920, com a arriscada tiragem de 50 mil exemplares, vendidos em poucos meses. Estava com 38 anos.
Lobato dizia que não era um autor de infantilidades, e sim um autor infantil. Desejava escrever livros onde as crianças pudessem morar. Isto começou numa partida de xadrez, quando o amigo Hilário Tácito lhe contou a história do peixinho que morreu afogado porque desaprendeu a nadar. Virou conto, hoje perdido. Seguidas desilusões com adultos (“que gente chata!”) o incentivaram a continuar. Resolveu escrever para crianças, na tentativa de formar adultos melhores.
Um país se faz com homens e livros, disse na célebre frase.
Falava de adultos que, tendo vivido no Sítio do Pica-Pau Amarelo, aprenderam a manter a vivacidade e a curiosidade das crianças.
(Brasil - Almanaque de Cultura Popular – abril – 2006, pág. 8)


Questão 51 (Descritor: avaliar a adequação do texto considerando sua finalidade em função do gênero e veículo de divulgação)

Assunto: Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na compreensão do texto.

O texto cima é uma biografia? Justifique sua resposta.


Questão 52 (Descritor: utilizar informações oferecidas por um verbete de dicionário e/ou de enciclopédia na compreensão ou interpretação do texto)

Assunto: Procedimentos de leitura.

“Viço” significa vigor, energia, atividade. EXPLIQUE como Lobato conseguia provocar isso no seu leito.


Questão 53 (Descritor: avaliar a força argumentativa com a finalidade do texto ou em função do interlocutor)

Assunto: Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na compreensão do texto.

Qual é o objetivo do texto, de acordo com as informações propostas nele?


QUESTÃO 54 (Descritor: associar as características e estratégias de um texto ao gênero – ficcional ou não-ficcional – e/ou locutor e interlocutor)

Assunto: Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na compreensão do texto.

Esse texto poderia ser confundido com uma biografia. Escolha e retire do texto três trechos que comprovem essa afirmação.


QUESTÃO 55 (Descritor: depreender de uma informação explícita outra afirmação implícita no texto)

Assunto: Procedimentos de leitura.

Analise e explique a frase:

“(...) Lobato dizia que não era um autor de infantilidades (...)”.


Questão 56 (Descritor: reconhecer níveis de registro (formal e informal)).

Assunto: Variação lingüística.

Leia as frases:

I - “Dono de idéias... criou personagens elaborados, (...)”.
II - “Falava de adultos que, tendo...”.

Faça uma análise do emprego de tempos verbais diferenciados, explicando o sentido que cada um assume na frase.


Questão 57 (Descritor: analisar o efeito de sentido conseqüente do uso de pontuação expressiva)

Assunto: Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido.

Leia o trecho:

“Seguidas desilusões com adultos (“que gente chata!”) o incentivaram a continuar.


O que justifica o uso dos parênteses e das aspas no trecho?



TEXTO

Piada de Português
Variante popular


A professora pede ao aluno:
- Dê exemplo de um verbo.
Ele pensa e responde indeciso:
- Bicicleta!
- Bicicleta não é verbo!
Pede, em seguida, exemplo de verbo a outro estudante. Ele também pensa, pensa e arrisca:
-Plástico!
Ela se irrita.
- Pelo amor de Deus, plástico não é verbo.
Pergunta então a um terceiro:
- Diga um verbo.
Lulinha nem pensa e, prontamente, diz o que ela entende de forma nítida como “hospedar”.
- Muito bem, até que enfim. “Hospedar” é um verbo.
Agora diga uma frase com o verbo que você escolheu.
- Os pedar da bicicreta é de prástico.

(Revista Língua Portuguesa, ano 1, número 4 – 2006, p. 11)


Questão 58 (Descritor: aplicar os conhecimentos relativos à variação lingüística e diferenças entre oralidade e escrita na produção de textos).

Assunto: Variação lingüística.

Os autores, ao criarem a piada, optaram por qual estratégia, para atingirem seu objetivo: o riso?


Questão 59 (Descritor: depreender de uma informação explícita outra informação implícita no texto).

Assunto: Procedimentos de leitura

O que se pressupõe da piada, a partir do título?

 

Questão 60 (Descritor: relacionar uma informação identificada no texto com outras pressupostas pelo contexto)

Assunto: Procedimentos de leitura.

“Hospedar” é um elemento que desencadeia o humor da piada. Explique como isso se dá.

 



GABARITO DAS QUESTÕES OBJETIVAS



QUESTÃO 01:
B

QUESTÃO 13:
D
QUESTÃO 02:
D

QUESTÃO 14:
A
QUESTÃO 03:
C

QUESTÃO 15:
A
QUESTÃO 04:
A

QUESTÃO 16:
B
QUESTÃO 05:
D

QUESTÃO 17:
B
QUESTÃO 06:
D

QUESTÃO 18:
A
QUESTÃO 07:
A

QUESTÃO 19:
D
QUESTÃO 08:
A

QUESTÃO 20:
A
QUESTÃO 09:
B

QUESTÃO 21:
C
QUESTÃO 10:
B

QUESTÃO 22:
A
QUESTÃO 11:
A

QUESTÃO 23:
C
QUESTÃO 12:
D

QUESTÃO 24:
D


GABARITO DAS QUESTÕES ABERTAS


QUESTÃO 25

A expressão “É uma questão de tempo” é geralmente usada quando se quer dizer que algo acontecerá em breve, trata-se apenas de uma questão de tempo. Mas não é isso que a personagem quer dizer. Ela quer afirmar sobre a passagem do tempo, isto é, o tempo passa mesmo, não há nada que possamos fazer para deter isso, é natural. Portanto, a frase II é mais adequada para o contexto.

QUESTÃO 26

(Sugestões) A expressão “só dá bola dentro” pode ser substituída, em linguagem culta formal, por “é o melhor do mundo, é incomparável”; já a expressão “parar de dar chutão” pode ser substituída por “precisa pôr um fim na má distribuição de renda, combater a má distribuição de renda e, por conseguinte, a pobreza e a miséria”.

QUESTÃO 27

A primeira frase segue uma linha que vai direto ao gol: seu sentido é que o Brasil, no futebol, sempre atinge seu objetivo; a segunda frase também segue uma linha, mas que termina na linha de fundo, fora do gol: seu sentido é que, no campo da distribuição de renda, não temos talento. No contexto geral, isso significa que precisamos mudar esse segundo quadro, e uma das formas é associar-se à Fundação Gol de Letra e ajudar  no cuidado das crianças que participam do projeto.

QUESTÃO 28

A principal finalidade do anúncio é convencer as pessoas a associarem-se à Fundação Gol de Letra. Seu argumento básico é que, através disso, as pessoas poderão ajudar crianças a tornarem-se cidadãos no futuro, ter uma posição na sociedade, enfim, ter uma chance na vida.

QUESTÃO 29

Os problemas a que a passagem se refere são a pobreza, a miséria, a má distribuição de renda, a falta de oportunidades. Podemos justificar isso com base no fato de que a Fundação se compromete, de acordo com seu anúncio, a promover atividades como dança, música, informática, leitura, esporte, isto é, atividades que poderão dar às crianças beneficiadas o caminho da cidadania.

QUESTÃO 30

A função do termo “e o mais importante” entre vírgulas é, sem dúvida, destacar que o mais importante mesmo é que, através das atividades desenvolvidas na Fundação, as crianças não estarão apenas se divertindo, estarão sobretudo encontrando o caminho da cidadania.

QUESTÃO 31

Essas expressões são: driblar, virar o jogo, defender uma posição.

QUESTÃO 32

Dois exemplos de gírias são “Aê” e “Mina”. Os correspondentes poderiam ser “Olá”, “Por favor”, “Você pode me responder?” ou algo parecido; “mina”, por sua vez, é “menina”, “garota”.

QUESTÃO 33

Não. O personagem entendeu como um elogio, mas na verdade o que a “mina” está fazendo é uma crítica muito dura ao texto, dizendo que as frases são truncadas, as idéias são desconexas, há erros gramaticais graves. Por se julgar um autor de um livro “maldito”, ele acredita que a linguagem tem de ser assim mesmo: errada, diferente, desconexa; mas a “mina” não defende essa idéia. Para ela, o livro é ruim mesmo.

QUESTÃO 34

O sinal mais adequado seria mesmo a interrogação; afinal, trata-se de uma pergunta. O personagem quer saber se a fala da “mina” é ou não um sinal de que ela está tentando seduzi-lo.


QUESTÃO 35

Ao usar “navegadores” e “vocês”, a autora está se referindo aos brasileiros. As passagens que podem provar isso são: “Navegadores, portanto, somos nós, alguns muitos brasileiros, que conseguimos herdar alguma coragem, suficiente para ter um sonho.”; “Debocharam de todos os fatos, reverteram todas as ordens e nos fizeram acreditar que descendemos de um povo burro, treinando-nos com essas burras piadas lusitanas até que as repetíssemos sem pensar.”

QUESTÃO 36

Navegar, no texto, é não desistir; é continuar lutando para que as pessoas nos vejam como uma grande nação, um grande povo; navegar é persistir nessa luta. “Navegar é o que resta” significa que esta é a nossa missão: continuar sempre acreditando, não desistir.

QUESTÃO 37

Ao se caracterizar como uma eterna navegadora de primeira viagem, a autora quer reforçar a idéia de que, como brasileira, ela estará sempre disposta a navegar, a prosseguir, a persistir na sua luta. Cada dia de sua luta será como se fosse o primeiro.

QUESTÃO 38

O tema central da carta de Fernanda Young é que nós, brasileiros, não podemos aceitar a idéia que muitos querem nos incutir, a idéia de que não somos um grande povo. Devemos lutar contra essa idéia e mostrar o nosso valor.

QUESTÃO 39

Usada em outro contexto, a frase poderia, sim, ser um elogio. Afinal, transferir a inteligência para os pés, no caso de um jogador de futebol, significaria ampliar muitas vezes as chances de sucesso durante uma partida. Em outras palavras, os pés ficariam inteligentes a ponto de conseguir colocar a bola onde quisessem.

QUESTÃO 40

O erro proposital em “iscanteio” faz sugerir a crítica do autor à propaganda. O governo teria feito uma jogada errada, feia, ridícula (assim como o erro ortográfico em questão) ao colocar jogadores de futebol incentivando a leitura.

QUESTÃO 41

As palavras usadas no título dão nome a diferentes infrações no mundo do futebol. O time ou jogador que as comete receberá algum tipo de punição. Estão, portanto, adequadas ao texto na medida em que o objetivo do autor é mostrar que o governo, com a tal propaganda, comete erros atrás de erros. E merece ser punido com a penalidade máxima.

QUESTÃO 42

O uso das reticências e das aspas nas passagens transcritas revela a intenção do locutor de criticar a escolha de jogadores de futebol e do técnico Zagalo como protagonistas de uma propaganda de incentivo à leitura

QUESTÃO 43

O viajante, ao perguntar por um galo “bom” de briga, seria aquele eficiente, forte, vencedor. Já o apostador indica-lhe um galo bondoso, o que no caso, resulta naquele que não faz maldades.

 
QUESTÃO 44

O aluno deve reparar que ele era um apostador que tinha interesse em ganhar e por isso deu a dica errada ao viajante.

QUESTÃO 45

“pra móde”; “ô moço”, “sô”
Isso é comum por ser o texto um causo, que retrata histórias de pessoas do interior, que normalmente apresentam na oralidade esse modo de falar.

QUESTÃO 46

a)     apostar.
b)    briga de galo.
c)     sem vergonha.

QUESTÃO 47

Na história, o astuto é o apostador do interior, pois engana o viajante, indicando-lhe o galo mais fraco para fazer a aposta. Há no final na última fala do apostador, um parênteses que confirma sua esperteza “( na maior cara-de-pau de interiorano)” ... “( e ainda ri)”.

QUESTÃO 48

O aluno deve perceber que, apesar da frase parecer objetiva, clara, ela permitiu uma segunda interpretação, pois a personagem desconhecia o significado da palavra “corrimão”.

QUESTÃO 49

Resposta livre.

QUESTÃO 50

O aluno pode perceber que na própria palavra há uma reunião de duas outras (correr/mão). Ele deve se aproximar da definição real da palavra.

QUESTÃO 51

Uma biografia consiste no relato histórico da vida de uma pessoa e esse texto não traz essas informações apesar de comentar coisas da vida de Lobato.

QUESTÃO 52

O aluno deve buscar nas personalidades das personagens que são fortes, inteligentes, atuantes, a razão da influência dos livros de Lobato.

QUESTÃO 53

O texto é uma homenagem ao escritor, pois é Dia Nacional do Livro Infantil e ele é um ícone, uma referência nesse tipo de literatura, no Brasil.

QUESTÃO 54

“(...) Monteiro Lobato fez da literatura infantil algo mais que distração para os pequenos (...)”, “(...) o primeiro, A Menina do Nariz Arrebitado, foi lançado em 1920, (...)”, “(...) estava com 38 anos (...)”.



QUESTÃO 55

Interpretar a palavra “infantilidades” como coisas banais, bobas, sem importância. O que era escrito por Lobato tinha consistência, conteúdo.

QUESTÃO 56

O primeiro verbo “criou” está no pretérito perfeito o que significa uma ação acabada no passado; já o segundo verbo “falava” está no pretérito imperfeito e refere-se a uma ação freqüente de quando Lobato era vivo.

QUESTÃO 57

Os parênteses indicam uma interrupção da narrativa para intercalar uma informação; já as aspas sinalizam a fala de Lobato.

QUESTÃO 58

O uso da linguagem coloquial, que é uma variante popular, expressa no próprio título.

QUESTÃO 59

O título “piada de português” pressupõe, para os brasileiros, que aquela piada irá relatar uma atitude “burra” de um português, nesse caso algo relacionado à língua, pois fala de variante popular.

QUESTÃO 60

A professora, numa tentativa difícil de tirar dos alunos uma resposta adequada à sua pergunta, consegue o “hospedar”, que satisfaz enquanto resposta. Mas sua alegria dura pouco ao perceber que o aluno não emprega a palavra adequadamente na frase, referindo-se, na verdade, à bn fala incorreta das palavras “os pedais”.





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